sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quanto vale nosso chão?



Parque de diversões é um assunto sagrado para os japoneses. Mesmo com a crise internacional (o Japão foi o segundo país mais afetado pela crise), os nipônicos continuaram a visitar o Mickey e o Pateta. A Tokyo Disney é a maior atração turística japonesa. Recebe, em média, 14 milhões de visitantes por ano. O ingresso custa US$ 50. Calcula-se que o parque movimenta mais de 1 bilhão de dólares anualmente, nove vezes o PIB de São Paulo.

Esta foto foi enviada por um amigo que está no Japão. E é isso mesmo o que vocês estão vendo: um funcionário enxugando o chão. No maior parque de diversões do Japão, Tokyo Disney, os funcionários secam o chão após a chuva, tudo para o conforto das pessoas. Notem que não há uma sujeira sequer!!!

Lá, o solo é sagrado. Nas casas e apartamentos, costuma-se deixar os sapatos de fora, pois a sola traria sujeira para dentro de casa. Mesmo com a "marola" que teima em não passar para os "dekasseguis" (brasileiros descendentes de japoneses que vivem no Japão), eles preferem ficar por lá. Dos 300 mil dekasseguis, estima-se que somente 50 mil tenham retornado a nossa pátria. Milhares de desempregados preferem viver na miséria japonesa a voltar para o Brasil. Por quê? Talvez a pergunta esteja no chão mesmo. Por mais improdutiva que seja aquela terra (uma das piores do mundo, lá só se planta arroz, eles importam tudo!!!), por mais terremotos que o Japão tenha, o brasileiro sabe que o país onde vive, valoriza seu solo, seu povo e sua história. O respeito ao próximo, a tranquilidade de sair às ruas e a educação estão acima de tudo. Faça chuva ou faça sol, a terra há de se permanecer limpa e seca. No Japão, os castelos são construídos para entreter o povo e não para envergonhá-los e que os patetas estão somente no parque e não nas ruas...

Um comentário:

Rafael Motta disse...

Civilidade: aí está algo que ninguém tira de quem tem e a usa, até, como forma de resistência. Uma vez, ouvi falar de um turista que visitou a Suíça. Esse camarada jogou um papel no chão. Um suíço que andava perto dele pegou o papel e o devolveu ao turista. "Isto é seu", disse o morador. "Mas eu não quero mais o papel", retrucou o visitante. E o suíço encerrou assim a conversa: "Nós também não queremos".